A fertilização in vitro é a técnica de reprodução humana assistida que tem melhores resultados, resolvendo tanto fatores masculinos como femininos, podendo incrementar as chances em 4-5 vezes em relação às tentativas espontâneas.

Mas existe algo que eu possa fazer para melhorar resultados? Vamos ver aqui algumas situações que podemos discutir sua implementação, nos tratamentos a serem realizados.

O que é Fertilização In Vitro?

A fertilização in vitro é a formação dos embriões em laboratório de reprodução assistida e transferência direto para o útero. Com isto pulamos várias etapas do processo reprodutivo natural e temos a oportunidade de aumentar o número de óvulos a serem fertilizados por tentativas.

Estas são as estratégias que resultam em melhores resultados:

– Pulando etapas, pulamos dificuldades e barreiras que poderiam estar atrapalhando uma gravidez, identificáveis ou não (vamos lembrar que em torno de 10-20% não chegamos a nenhum diagnóstico, que possa explicar a infertilidade). 

– E aumentando o número de embriões, aumentamos as chances de encontrar o embrião que vira nenê!

Vamos lembrar que aos 35 anos, em torno de metade dos embriões tem problemas em sua formação, que incapacitam sua implantação e aos 40 anos, esse número cai para em torno de 10%.

Entenda como funciona a FIV

Aqui merece entender melhor o que acontece.

A formação dos embriões se dá com uma herança dos cromossomos maternos e paternos, 23 de cada, que se juntam na fertilização dos óvulos, restituindo a carga genética normal da raça humana:  46 cromossomos. Acontece que na natureza, 23+23 não é igual a 46 cromossomos!

Na maioria das vezes dá errado, formando embriões com 44,45,47 cromossomos, o que em regra geral, é incompatível com a vida e por isso, ou já param seu desenvolvimento no laboratório, ou não implantam na transferência embrionária.

Essa carga genética se encontra no núcleo celular desse óvulo agora fertilizado, e não é possível visualizar ao microscópio, instrumento que utilizamos no seguimento laboratorial dos embriões.

Daí não ser possível adiantar qual embrião será o escolhido para vingar.

Vale lembrar também porque isso tem relevância na formação dos embriões.

Esta mensagem genética contida no núcleo celular é que determinará como será o crescimento celular, a multiplicação celular que inicialmente podemos visualizar e contar no laboratório já a partir do segundo dia de desenvolvimento; vemos que os embriões se desenvolvem com 2,4,8 células, mórula e blastocisto, estes em torno do 5º ao 7º dia.

A partir daí se inicia a formação dos diversos órgãos e sistemas em acréscimo celular diferenciado, para que essa massa celular se torne o feto.

Se essa mensagem inicial é errada, a mensagem para codificação das proteínas, que darão origem às novas células, é errada e em maior ou menor intensidade será evidenciado na formação embrionária.

Se for muito errada, já no laboratório, esse embrião para o desenvolvimento, mas pode continuar a se desenvolver sem sinais visíveis ao microscópio.

Estágio de desenvolvimento do embrião e transferência

Muito se fala do momento em que se deve transferir os embriões. Devo transferir sempre em blastocisto?

Embriões mais desenvolvidos sem dúvida já deixaram para trás aqueles que não dariam certo de jeito nenhum, diminuindo o número de transferências necessárias para se encontrar o vencedor.

O que você precisa saber sobre transferência embrionária

Utilizo sempre a estratégia de discutir com o casal, como estamos indo nas diversas etapas do processo, e não dou como verdade absoluta tal atitude.

Se tivermos muitos embriões em desenvolvimento, esta é uma boa estratégia, porque sem interferência nossa, a natureza escolhe, significando que alguns embriões param o desenvolvimento, sem interferência do laboratório, restando menos embriões para transferência ou congelamento.

Caso não se formem muitos embriões, não vejo necessidade de tal atitude, e a opção de logo transferir no 2º ou 3º dia, também é uma boa estratégia, uma vez que a melhor incubadora que existe é o útero materno, não havendo ganho de resultados pelo fato de ter ficado em cultivo.

Resta ainda discutir a análise genética embrionária como estratégia de melhoria dos resultados.

Análise genética embrionária

A análise genética significa identificar o cariótipo embrionário para determinação dos embriões euplóides (com os 46 cromossomos normais, XX ou XY). É possível identificar o mapa dos cromossomos do embrião – o cariótipo, com a retirada de algumas células do blastocisto – a biópsia embrionária.

Como este embrião está em estágio bem inicial, todas estas células são células tronco indiferenciadas a tal ponto, que cada uma delas poderia gerar um novo embrião, e, portanto, não fará falta ou trará danos em sua formação e representam a massa celular que dará origem embrionária.

O que se espera deste teste é que identifique o cariótipo embrionário, e em 99,5%, isto é verdade e espelha, se este embrião é normal.

Como em medicina nada é definitivo, vamos lembrar que existem situações que não espelham a realidade, mas está dentro das margens de erro que sugerem a utilização como estratégia clínica importante para se alcançar o sucesso. Tanto isto é verdade que as chances por transferência aumentam muito, podendo chegar a 60-70%.

Mas está bom demais, indicando que deve haver algo mais a ser discutido! Se pensarmos positivamente ficamos com este resultado, melhoramos demais as chances de gravidez, mas não é só isto. 

O que fica para discutir

– Porque não é 100%, se transferimos embriões saudáveis em útero preparado?

Ao que se sabe hoje, quando se faz a biópsia embrionária, provavelmente mudamos o metabolismo celular deste embrião, não dando condições de continuidade de seu desenvolvimento.

– Existe a necessidade obrigatória de um tempo de cultivo maior em laboratório para que estes embriões atinjam o estágio de blastocisto e nem sempre teremos embriões, que chegam a este estágio, se partirmos de poucos embriões em sua formação.

A alternativa de análise genética é muito discutida para pacientes mais velhas, onde as chances de gravidez são menores por aumento de embriões não saudáveis, mas também são as pacientes que tem uma reserva ovariana menor, resultando em menor número de óvulos colhidos por punção, e, portanto, menor chance de embriões, quanto mais em blastocisto, estágio que já os seleciona de alguma forma.

Melhor opção de tratamento

Uma alternativa para este jogo de xadrez é a obtenção de maior número de óvulos, o que se consegue, fazendo mais tentativas e coletas ovulares.

Pensando nisso, propomos o programa Múltiplos, um pacote que inclui mais que uma tentativa de fertilização in vitro.

O objetivo é ter mais óvulos que darão mais embriões e oportunidade de achar o embrião com a carga genética normal e que vira nenê.

A ideia é focar no parâmetro que primordialmente define seu sucesso: mais embriões, maior a chance de ter embrião geneticamente saudável.

Existe a possibilidade de contratação de 2,4 e 6 tentativas que diminuem os custos finais viabilizando o tratamento e aumentando estatisticamente suas chances de gravidez: mais óvulos, mais embriões, maior chance de acertar o embrião saudável que vira nenê.

E tudo isso acompanhado sempre pelo mesmo médico que lhe fez a consulta, acompanhamento, coleta de óvulos e transferência embrionária.

Afinal conhecer e ter o tempo todo, perto de vocês, alguém de sua confiança, faz muita diferença!

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