É possível realizar a reversão da laqueadura? Essa é uma dúvida muito frequente em casais que decidiram novamente tentar uma gravidez. Sim, é possível realizar a reversão da laqueadura, porém existe outro método mais eficaz, que é a fertilização in vitro. Mas, afinal, qual é a melhor opção: reversão ou fertilização?

Para essa decisão, você deve levar em consideração alguns parâmetros muito importantes. Por isso, mostramos, neste artigo, o conceito de ambos os métodos e como cada um funciona. Confira!

O que é reversão da laqueadura?

A reversão de laqueadura é a reanastomose (religamento) das duas partes da trompa que foram fechadas cirurgicamente. Tem a seu favor o fato de, se der certo, recuperar sua capacidade de engravidar espontaneamente. Mas existem alguns inconvenientes:

  • é um procedimento cirúrgico com seus riscos inerentes, e ainda não ser possível fazer a reanastomose, dependendo das condições cirúrgicas, como aderências e local inacessível para anastomosar os cotos da trompa;
  • sendo a trompa um duto muito estreito, tem altas chances de não retornar a permeabilidade; as chances seriam em torno de 10 a 20% de sucesso na permeabilidade e, dessas pacientes, em torno de 10% a de engravidar; são probabilidades muito pequenas, principalmente porque também dependem da idade da paciente — quanto mais velha, menores são as chances de gravidez;
  • Muitas pacientes quando optam por laqueadura, não discutem esta possibilidade de novamente engravidar, e a cirurgia realizada para não ocorrer mais a gravidez é a salpingectomia total, ou seja a retirada total das duas trompas, não sendo possível mais qualquer cirurgia de reconstrução.

Quais são os tipos de laqueaduras existentes?

A laqueadura é uma técnica utilizada para que ocorra a esterilização, impedindo a mulher de engravidar novamente.

Para tal, será retirado uma parte da trompa ou ela integral. Também poderá ser realizado somente a amarração com fios não absorvíveis, sem cortes em sua extensão. Nesta última opção, às vezes fica mais fácil  sua recanalização até espontaneamente- falha de laqueadura. Dependendo da localização desta interrupção, se na sua porção mais distal, intermediária ou proximal ao útero, será menos ou mais difícil sua recanalização.

Para que você entenda melhor o assunto, conheça os tipos de laqueadura, ou melhor, as vias de acesso e como o procedimento é realizado.

Laqueadura por laparotomia

É o procedimento mais invasivo, pois, para realizá-lo, é preciso fazer um corte na barriga da paciente, como se fosse um corte de cesariana, para acesso aos orgãos pélvicos. Uma das desvantagens desse tipo de laqueadura é o risco maior de contrair uma infecção e também de sentir dor após o procedimento. É mais comumente realizado durante a cesárea quando já se discutiu durante a gestação, que não se quer outra gravidez.

Laqueadura peri-umbilical

Nestes casos a via de acesso é por pequeno corte junto ao umbigo, como em situações de correção de hérnia umbilical. Mais comumente realizado pós-parto normal, em que não é necessário grande abertura para investigação e tratamento de outras doenças ginecológicas.

Laqueadura por laparoscopia

É uma cirurgia menos invasiva, quando comparada à laparotomia. O procedimento é mais simples, pois é realizada por meio da videolaparoscopia,. Durante o procedimento, são feitos três furos, aproximadamente, no abdômen, onde se introduz uma otica e camêra para filmar a cavidade abdominal e a manipulação das pinças para realizar a cirurgia. A recuperação é mais rápida e o risco de contrair uma infecção é bem menor.

Nestas 3 vias de acesso, qualquer tipo de abordagem das trompas pode ser realizado. Ou seja, depende da preferência de seu ginecologista, qual foi a técnica de interrupção utilizada para não acontecer mais um gravidez.

Laqueadura por histeroscopia

Consiste na colocação do dispositivo Essure — que tem o formato de uma mola de 4 centímetros — dentro das tubas uterinas da paciente, por via vaginal. Ou seja, nesse tipo de procedimento não será realizado nenhum corte. Esse microimplante provoca uma reação natural, fazendo com que as tubas se fechem dentro de 3 meses.

Embora seja um procedimento reversível, ou seja, sua retirada traria a permeabilidade novamente, nem sempre isto acontece. Outro fato interessante e pouco explicado é que em pacientes com este dispositivo, é necessário sua retirada para realização de fertilização in vitro, uma vez que piora os resultados de implantação embrionária.

Quais são as chances de sucesso da reversão da laqueadura?

A reversão da laqueadura é um procedimento invasivo e suas chances de sucesso são limitadas. Para que corra tudo bem é preciso levar alguns fatores em consideração, como a idade da paciente, qual técnica foi utilizada para realizar a laqueadura e o tempo que realizou procedimento, entre outros fatores de infertilidade.

Além disso, para que a reversão seja um sucesso, é necessário verificar também quais são as condições das tubas, no momento da cirurgia. Se elas estiverem com cicatrizes ou dilatadas, as chances de sucesso são muito reduzidas.

Após a cirurgia e antes de iniciar suas tentativas de engravidar, é necessário realizar a histerossalpingografia – exame radiológico contrastado para investigação se suas trompas estão novamente pérvias.

Se tudo correr bem, é possível que você consiga engravidar em um período de 6 a 12 meses, após a realização do procedimento cirúrgico. Não ocorrendo a gravidez, é melhor passar para o item a seguir, inclusive porque a idade da mulher será provavelmente bem maior que quando engravidou pela última vez.

O que é fertilização in vitro (FIV)?

Com a fertilização in vitro são coletados os óvulos do ovário, fertilizados em laboratório para formação de embriões, e transferidos diretamente na cavidade uterina, pulando uma série de etapas do processo para engravidar, inclusive a necessidade das trompas funcionantes, o que aumenta as chances de gravidez para até 50%.

Também pode ocorrer a formação de mais embriões, que podem ser criopreservados para uma nova oportunidade no descongelamento embrionário, mais simples que na primeira tentativa e preservando as chances altas de gravidez.

Antes de realizar esse tipo de tratamento, é necessário realizar um diagnóstico preciso, a fim de analisar se essa técnica é a mais indicada para você.

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Normalmente, na FIV, mais de um embrião é transferido para o útero da paciente, com a finalidade de aumentar as chances de gravidez. Mas, por outro lado, isso aumenta também a possibilidade da paciente ter uma gestação múltipla (gêmeos, trigêmeos etc.).

Devido a isso, é de suma importância que você consulte os especialistas da área, antes de tomar qualquer decisão, pois somente eles sabem exatamente qual é a quantidade ideal de embriões que devem ser transferidos.

A fertilização in vitro sempre será a mais indicada, por ser um procedimento mais simples e com chances de sucesso até 5 vezes maiores que a gravidez espontânea.

Conseguiu entender como funciona cada técnica? Agora ficou mais fácil de decidir entre a reversão ou fertilização, não é mesmo? Leve em consideração cada informação aqui apresentada e procure um especialista da sua confiança para realizar o procedimento.

Caso estejam interessados em conversar com um especialista em Reprodução Humana, entrem em contato conosco pelos telefones (16) 3421-9707 ou envie uma mensagem no WhatsApp. Ficaremos muito felizes em realizar esse sonho com vocês!

 

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