Está com dificuldades para engravidar? Não sabe mais o que fazer ou a quem recorrer? Tem dúvidas em relação à fertilidade e deseja saber mais sobre os tratamentos que podem ajudar? Então saiba que você está no lugar certo, pois o post de hoje trata sobre um assunto muito importante e crucial no processo de fertilização in vitro e que certamente será do seu interesse: a transferência de embrião.

Antes de mais nada, vamos entender como ocorre sua formação. De forma clara e objetiva, o embrião é originado a partir da fusão do material genético do espermatozoide e do óvulo. Simples assim. No caso da fertilização in vitro, isso ocorrerá em ambiente laboratorial controlado para garantir os melhores resultados.

Quer saber mais, não é? Então, descubra agora o que é a transferência de embrião e como esse processo funciona. Se você sonha em ter filhos e, consequentemente, constituir uma família, não perca este artigo em hipótese alguma. Vamos lá!

O que é a transferência de embrião?

A transferência de embrião nada mais é do que a parte final e culminante da fertilização in vitro (FIV), uma técnica que consiste na coleta dos gametas masculino e feminino (espermatozoides e óvulos) para que a fecundação seja realizada em laboratório, formando os embriões que retornarão ao útero da futura gestante.

O momento de fixação do embrião no útero materno é bastante delicado, pois pode acontecer de não haver o rompimento da zona pelúcida, a camada externa do embrião que deve se abrir naturalmente, circunstância que compromete a sua implantação. Para contornar esse problema, existe uma técnica laboratorial complementar (a assisted hatching), que ajuda na efetivação desse rompimento, fazendo com que a gravidez ocorra!

A indicação desse procedimento, entretanto, depende de avaliação do embriologista e é mais utilizada em pacientes que já tiveram falha de implantação ou têm mais idade.

Como é feita a transferência de embrião?

Sem a necessidade de internação, o procedimento para a transferência de embrião ocorre, basicamente, pela inserção dos embriões selecionados na cavidade uterina através de um cateter flexível. A transferência é indolor, ou seja, não precisa de anestesia. É possível que haja um pequeno desconforto, semelhante ao que se passa durante o exame ginecológico para coleta de papanicolau.

Vale ressaltar que, para facilitar a colocação do cateter e, portanto, o posicionamento dos embriões, é preciso que a transferência seja guiada por ultrassom. Embora não seja possível visualizar os embriões, isso possibilitará a visualização da marca (uma mancha branca) que fica em decorrência da interface meio de cultura/ar onde está o embrião, e o seu correto posicionamento dentro da cavidade uterina. Você receberá uma foto dos embriões no laboratório e desse exame de ultrassom para lembrança.

Através do cateter, o médico responsável pelo procedimento empurrará para dentro do útero (utilizando uma seringa com ar) o meio de cultura que contém os embriões. A partir desse momento, o embrião deve se fixar à parede uterina ( endométrio ) para que a gravidez seja caracterizada como positiva (implantação).

Como escolher os embriões?

Primeiro, é preciso definir o número de embriões a serem transferidos. A determinação do Conselho Federal de Medicina limita o número de acordo com a idade da mulher. Até 35 anos, a recomendação é de, no máximo, dois embriões. Entre 36 e 39 anos, esse número sobe para três embriões. E no caso de mulheres a partir de  40 anos, é possível transferir até 4 deles.

Mas a decisão final é sempre do casal. As recomendações hoje são para transferência de 2 embriões por vez, mas uma mulher pode preferir implantar apenas um embrião, por exemplo. Os embriões excedentes serão congelados e não se perderão, podendo ser utilizados posteriormente sem risco aumentado de multigestação. É preciso ter informações mais detalhadas sobre o ciclo de FIV do casal para a escolha da quantidade ideal.

O passo seguinte é selecionar quais embriões serão transferidos. Embora existam classificações que levam em consideração características morfológicas e do desenvolvimento embrionário na tentativa de escolha do melhor embrião, isto não é uma unanimidade, uma vez que embriões bem classificados podem não conter o material genético normal e saudável para o desenvolvimento de uma gravidez. De qualquer forma, a título de informação, eles são classificados de acordo com algumas características  em A, B, C .

Teoricamente, os classificados com a letra A são de melhor qualidade e teriam mais chances de sucesso ao serem implantados no útero. Já para os tipos C a implantação poderia ser mais difícil, pois geralmente apresentam mais fragmentação e assimetria das células. Não é raro, entretanto, ver casos bem-sucedidos com esses tipos de embriões também.

Isso porque esta classificação não consegue identificar quais são os embriões com a carga genética correta – 46 XX ou XY. Para isso seria necessário uma avaliação genética embrionária ( Avaliação genética pré-implantação – PGD ), técnica possível de se realizar, mas que tem suas indicações orientadas pelo Conselho Federal de Medicina e que será motivo de um post específico.

Transferência de embrião fresco ou congelado?

A medicina reprodutiva avançou muito nos últimos anos, oferecendo aos casais mais possibilidades de escolha na hora da decisão sobre seu método de FIV. No passado, embriões congelados tinham menor taxa de sucesso, pois danificava as células, levando a uma baixa taxa de sobrevivência.

Mas agora, com técnicas modernas, o congelamento é feito 60.000 vezes mais rápido, garantindo ótimos resultados. Então, vamos explicar os dois procedimentos para que a decisão seja tomada com cuidado. Em ambos os casos, é possível saber se a implantação funcionou 14 dias depois da transferência.

Transferência de embrião fresco

Este método consiste em cinco etapas sequenciais: estimulação ovariana, coleta de óvulos, coleta de espermatozoides, fertilização in vitro / desenvolvimento embrionário, transferência embrionária. A transferência ocorre de 2 a 5 dias após a coleta e fertilização do óvulo com o espermatozoide.

Nesse caso, o embrião é implantado logo após a estimulação hormonal, necessária para a coleta de maior quantidade de óvulos e que também prepara o útero para receber o(s) embrião(ões), a chamada janela de implantação.

Transferência de embrião congelado

Em vez de serem implantados entre 2 ou 5 dias após a fertilização (como na transferência de embriões frescos), nesta técnica os embriões são congelados após esse período para serem implantados posteriormente. A vantagem é que a mulher terá menos hormônio no organismo e seus ovários já terão voltado ao tamanho normal (quando o estímulo hormonal faz crescer muito seu volume, isto diminui as chances de gravidez).

Nestas condições, as taxas de sucesso da transferência de embriões congelados voltam a ser ótimas como na transferência de embriões frescos. A nova técnica de congelamento rápido impede a formação de gelo intracelular e garante um índice de sobrevivência acima de 90% durante o descongelamento.

A preparação da receptividade endometrial ( janela de implantação ) também é um fator importante para o sucesso da gestação, e será realizada somente com hormônios tomados via oral, que facilitam e retiram a urgência do processo.

Qual deve ser o preparo da mulher para realizá-lo?

No que se refere ao preparo da mulher para a transferência de embrião, o primeiro passo é evitar os sentimentos que levem ao estresse e ao nervosismo. É bem verdade que ficar ansiosa é algo totalmente aceitável nesse momento, mas é importante que se tente controlar o “fator emocional”. Afinal, os profissionais tomarão todas as medidas para ampliar as suas chances de gravidez, o que já é um grande conforto.

Quanto à questão biológica, a recomendação é manter a bexiga meio cheia, uma vez que a presença de urina favorece a visualização do útero pelo aparelho de ultrassom, forma uma  “janela acústica” e facilita a entrada do cateter pelo canal cervical uterino. O ultrassom é via abdominal para melhor visão espacial da pelve.

Conforme mencionamos anteriormente, o procedimento é simples e não necessita de anestesia, de modo que a paciente pode ser acompanhada de perto pelo marido.

Quais são as orientações pós-procedimento?

Para concluir, não poderíamos deixar de falar das orientações pós-procedimento. Por incrível que pareça, a mulher estará livre para retornar as suas atividades do dia a dia assim que a transferência de embrião for realizada, necessitando de repouso relativo, sem esforço físico exagerado.

É importante a utilização das vitaminas prescritas e dos hormônios, que garantirão um ambiente estável e seguro para o desenvolvimento embrionário, evitando que flutuações hormonais tragam problemas adicionais ao tratamento.

O que achou do artigo sobre transferência de embrião? Gostou? Então não deixe de conferir nosso artigo sobre doação de óvulos e fique ainda mais por dentro do assunto!

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