A fertilização in vitro (FIV) é uma das melhores opções da medicina reprodutiva para quem sonha em ter um filho, principalmente para casais com mais de 35 anos que enfrentam dificuldades para engravidar após 12 meses de tentativas.

Consiste na formação laboratorial do embrião — por meio da fecundação do óvulo com o espermatozoide — que será transferido para o útero da mãe, desde que existam condições ideais para isso.

Apesar de ser um processo avançado e com altos índices de sucesso, também pode falhar e gerar muita frustração ao casal que está tentando engravidar.

Portanto, neste post, apresentaremos as principais causas da falha da FIV, que podem ajudar os tentantes no diagnóstico e na busca pelo tratamento adequado para esses problemas logo no início ou, até mesmo, antes do procedimento, aumentando as chances de sucesso. Acompanhe!

Idade da mulher

A idade é um dos principais fatores que determinam o sucesso ou a falha da FIV, pois, conforme a mulher envelhece, a qualidade e a quantidade de seus óvulos começam a diminuir.

Esse problema inicia por volta dos 30 anos e acelera após os 37. Em uma mulher de 35 anos, a taxa de gravidez por implantação de um embrião fecundado pelo seu próprio óvulo é de 40%. Aos 40 anos, as chances caem para 25%.

Qualidade embrionária

A qualidade do embrião é medida por meio da quantidade de células presentes após a fertilização, velocidade de divisão celular, equilíbrio no tamanho das células em divisão e presença de fragmentação no embrião. Ele inicia o processo como uma única célula, que se multiplica nos dias seguintes. Três dias depois, deve apresentar de 6 a 8 células sem fragmentação, o que o caracteriza como de boa qualidade.

Em alguns casos, normalmente por razões genéticas, as células não evoluem e não se multiplicam devidamente, ocasionando uma quantidade menor que o normal e com alta fragmentação, fazendo com que o embrião pare de crescer.

Doenças ginecológicas

As doenças ginecológicas também podem dificultar o sucesso do tratamento, como a endometriose, uma doença inflamatória da pelve causada por focos de endométrio em outros órgãos e uma das principais causas de infertilidade feminina.

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) também pode ser um fator negativo, por causar alterações nos níveis hormonais dificultando a ovulação e facilitando uma resposta anormal ao estímulo ovariano com hormônios.

Doenças infecciosas ginecológicas também podem dificultar uma gravidez quer por alterar a anatomia pélvica como por alterar a resposta endometrial alterando a janela de implantação embrionária.

Fatores imunológicos

Estão associadas a situações de aumento dos anticorpos contra o próprio organismo. Também chamada de Síndrome antifosfolípide (SAF), são um grupo de imunoglobulinas ( anticorpos) que reage contra fosfolípides ( uma gordura constituinte da célula ) de membrana carregados negativamente.

Os anticorpos mais comumente dosados são:

  • anticorpo anticardiolipina e
  • anticoagulante lúpico

Há outros testes aplicados para outros anticorpos antifosfolípides como o fosfatidilserina, fosfatidilinusitol, anticorpo anti ß2 glicoproteína I, mas de menor prevalência.

O anticorpo anticardiolipina foi descoberto por acaso, quando se realizava pesquisa de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) para investigação de sífilis como uma reação cruzada resultando em falso positivo para este teste.

O anticoagulante lúpico é uma “imunoglobulina que interfere com um ou mais testes de coagulação, dependentes de fosfolípides, como o tempo de tromboplastina parcial ativado (TTPA) e o tempo de protrombina (TP)” .

Inicialmente, este anticorpo foi descrito como inibidor do sistema de coagulação, mas em 1963 foi definida sua relação com episódios de trombose. Os primeiros grupos de pacientes seguidos com essas características eram portadores de lúpus eritematoso sistêmico, o que deu origem ao termo “fator anticoagulante lúpico”.

Os anticorpos antifosfolípides são associados à trombose de estruturas venosas e arteriais dificultando a implantação embrionária ou não permitindo que se desenvolva o processo de implantação do trofoblasto, precursor da placenta, causando um aborto.

Também outros fatores predisponentes são importantes como a obesidade, tabagismo, diabetes, uso de drogas como anticoncepcionais, hipertensão.

Fatores genéticos

A principal causa de não ocorrer a gravidez é porque este embrião não tinha a carga genética correta para virar um bebê e a natureza é sábia, não permitindo seu desenvolvimento. Para pacientes mais velhas é possível até se fazer uma avaliação genética embrionária pré-implantação ( FIV com PGD ), para descobrir os embriões geneticamente saudáveis e melhorar as chances de gravidez como de pacientes jovens.

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Fatores endometriais

Existe uma momento mais propício para ocorrer a implantação embrionária no endométrio que é determinado por estímulo hormonal, chamado janela de implantação. Por isso é necessário o preparo endometrial para a transferência embrionária, quer feito naturalmente com a estimulação ovariana hormonal, ou quando se dá especificamente estrógeno e progesterona para preparo endometrial, sem ovulação.

Sem isso o embrião mesmo sendo geneticamente normal não consegue se implantar para ocorrer uma gravidez. O nome para quando este preparo não ocorre de forma correta, se chama assincronismo endometrial e existem formas de se identificar se isto está ocorrendo após insucessos repetidos, mesmo fazendo o preparo hormonal para as transferência dos embriões.

É necessário avaliar e escolher minuciosamente a clínica em que será feito o procedimento. Ela obrigatoriamente deve ter os melhores profissionais especializados em reprodução humana, que transmitam muita confiança e que não meçam esforços para que todas as pacientes consigam realizar o sonho da maternidade.

Além disso, as inúmeras causas de falha da FIV não devem provocar desânimo ou frustração às pacientes. O importante é que elas sempre busquem novas soluções para que a vontade de aumentar a família seja concretizada.

Gostou de saber sobre como identificar as causas da falha da FIV? Quer mais informações sobre medicina reprodutiva e outros tratamentos de fertilidade? Então, entre em contato conosco!

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