Na maioria das vezes, o maior sonho da mulher é ser mãe. Porém, quando isso não acontece de forma natural, o casal (e principalmente a mulher) se sente frustrado e extremamente ansioso para descobrir maneiras de fazer isso acontecer.

Atualmente, a ciência disponibiliza vários tratamentos. Conhecidos como reprodução humana assistida, os métodos consistem em técnicas para tratar a infertilidade.

O que é reprodução humana assistida?

Como mencionamos, a reprodução assistida é uma maneira de auxiliar casais que estão tentando engravidar e por algum motivo — simples ou complexo — não conseguem.

Dessa forma, os procedimentos que aproximam artificialmente os óvulos e os espermatozoides são considerados TRAs — técnicas de reprodução assistida.

Tipos de reprodução humana assistida

Se o casal está há mais de um ano querendo uma gestação, o mais indicado é procurar um ginecologista e explicar a situação e desde quando estão tentando. Ele é o profissional mais indicado para fazer uma avaliação inicial e recomendar o encaminhamento ao especialista.

Coito programado

Significa que vamos sincronizar o dia da ovulação com o dia da relação sexual, facilitando o encontro do espermatozoide com o óvulo, logo que este sai do ovário e é captado pela trompa.

Vemos aqui que o embrião é formado fora do útero, dentro da trompa e demora de 5 a 7 dias para chegar à cavidade uterina, vindo de uma das trompas; enquanto ele faz esta viagem, vai sofrendo divisões celulares até que quando chega ao seu lugar de implantação, estará com diferenciação de suas células, uma parte se forma a placenta capaz de se fixar ao endométrio, anexos embrionários e a outra se desenvolve no embrião. Este tempo é necessário para a completa transformação do endométrio no estágio que se rotula de secretor (por ação da progesterona produzida pelo corpo lúteo) para receber a implantação embrionária.

Para realização do coito programado  precisamos estimular a ovulação com medicamentos, acompanhar o amadurecimento dos óvulos, avaliar a quantidade de folículos no ovário, estimular a ovulação com data conhecida e programar os dias mais compatíveis para as relações sexuais. Esse é o modo mais indicado antes de preparar o casal para tratamentos mais complexos.

Inseminação artificial ou IIU

Também conhecida como inseminação intrauterina, a técnica deposita o espermatozoide no aparelho reprodutor feminino (na cavidade uterina) perto da data de ovulação, oferecendo mais chances de ocorrer a fecundação.

Para auxiliar no processo, primeiro estimula-se  o desenvolvimento dos folículos e a ovulação. À medida que evoluem, uma injeção de gonadotrofina coriônica humana (HCG) é aplicada na mulher para ajudar a completar a maturidade ovular e ocorrer a ovulação.

Cerca de 36 horas depois, acontece a inseminação com os espermatozoides colhidos e separados de forma qualitativa. Este preparo chama-se capacitação espermática e seleciona os espermatozoides de melhor motilidade e não tem capacidade de escolher os de melhor qualidade. Portanto se a amostra seminal não tiver qualidade seria melhor fazer o próximo tratamento – a FIV, porque não estaríamos melhorando sua chances de gravidez.

A inseminação propriamente dita é a colocação da amostra seminal preparada, na cavidade uterina por meio de um cateter fino em exame ginecológico normal.

O procedimento é sugerido quando os espermatozoides tem alterações leves identificadas no espermograma prévio (fator masculino leve).

Fertilização in vitro ou FIV

Esse tipo de tratamento proporciona o encontro do óvulo com o espermatozoide , a fertilização em laboratório. Para realizar esse tipo de tratamento é necessário que a mulher receba doses de hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) para estimular a ovulação e acompanhamento ultrassonográfico para identificar o momento certo de colher estes óvulos.

Após este preparo, uma agulha fina será guiada por ultrassom, via vaginal, para aspiração dos folículos (local onde ficam os óvulos). Estes serão identificados para escolha dos que estão com a carga genética pronta para a fertilização – em metáfase II. A partir daí, eles serão colocados em meio de cultura junto com os espermatozoides para aguardar a fertilização.

Assim como aconteceria de forma natural, o espermatozoide entra no óvulo (fertiliza) e, após  2 a 5 dias, os embriões serão transferidos para a mulher.

A técnica é indicada para várias condições mais sérias que podem acometer tanto homens como mulheres ( fator masculino e feminino ), como endometriose, miomas uterinos, anovulação crônica, diminuição da fertilidade por aumento da idade materna, obstrução tubárea, diminuição importante da quantidade e qualidade dos espematozoides, ou mesmo se queremos melhorar as chances de gravidez – por idade materna, quando a reserva ovariana está baixa ou não conseguimos chegar a um diagnóstico, mas o casal já esta tentando engravidar há mais de 1 ano.

Fertilização in vitro com injeção intracitoplasmática de espermatozoides –  ICSI

Esta técnica injeta um espermatozoide diretamente no óvulo por meio de agulhas finas, manipuladas por joysitcks delicados sob visão de microscópio potente, resolvendo o tratamento com apenas um espermatozoide!

Todas as etapas descritas anteriormente na FIV serão cumpridas, mudando somente a técnica laboratorial para obtenção do embrião. Até bem pouco tempo, sem esta técnica não seria possível gravidez em fator masculino grave.

Depois de fecundado, o embrião será transferido para o útero da mãe.

Tanto na FIV como na ICSI será possível obter embriões excedentes, se tivermos boa quantidade de óvulos, e isto é muito interessante porque viabiliza o congelamento dos embriões que não forem utilizados, para uma segunda tentativa, com as mesmas chances ótimas de gravidez.

Manual Clínico CTA

A regulamentação da reprodução humana assistida

Com o intuito de contribuir com os casais para que possam formar uma família com segurança, a reprodução assistida tem a normatização do Conselho Federal de Medicina ( CFM ). Vejamos alguns itens de maior interesse ou dúvidas:

  • a mulher deve ter no máximo 50 anos e boa saúde. Acima desta idade precisa pedir autorização específica ao CFM;
  • homens com mais de 50 não poderão doar o sêmen;
  • a doadora de óvulos não pode ter mais de 35 anos, deve ser espontânea e sem auferir ganho econômico para isso;
  • É obrigatório o sigilo absoluto quando ocorrer a doação de gametas;
  • A vigilância sanitária mantem constante acompanhamento das clínicas e de todos os registros e procedimentos realizados anualmente;
  • em casos de útero de substituição, a doadora precisa ter parentesco até 4º grau com o casal;
  • as clínicas podem manter embriões congelados por tempo indeterminado
  • É permitido o tratamento em casais homoafetivos.

Para garantir que a reprodução humana assistida aconteça de forma idônea e segura, é necessário que pacientes e clínicas sigam as regras definidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Quer saber mais sobre o assunto? Então entre em contato conosco que teremos grande satisfação em esclarecer suas dúvidas.

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